Odé

Filho de Iemanjá e Oxalá, de uma maneira geral é o deus da caça e vive nas florestas, onde moram os espíritos dos antepassados.Tem a virtude de dominar os espíritos da floresta. Na África era a principal divindade de Ilobu, onde era conhecido pelo nome de Irinlé ou Inlé, um valente caçador de elefAntes.
Conduziu seu povo de Ilobu a guerra e os ensinou a arte de guerrear, permanecendo até hoje nesta cidade. Ocupa um lugar de destaque nos Candomblés em Salvador, isto porque, é o patrono de todos os terreiros tradicionais. Odé entra na mata da morte, joga sobre si pós chamados arolé, que passou a ser um de seus dotes. Este pó o torna imune à morte e aos Eguns.

Odé, em uma das suas formas é conhecido caçador de uma flecha só, após ter livrado a cidade de Ifé de uma grande maldição. Tornou-se rico e foi posteriormente rei de Keto.
Deus da caça, protetor dos caçadores.
No Rio Grande do Sul se cultua Otim como energia negativa, ou seja, feminina, ela participa em conjunto em toda a obrigAção de Odé.
Não se sacrifica para um sem dar para o outro, os animais são os mesmos, mudando apenas o sexo.
No Nagô, estes dois Orixás são cultuados juntos. São os protetores das matas e dos animais silvestres e selvagens.
Ele não é o Deus da floresta, ele é o rei da cAça.
Está associado com a vida, ar livre e com os elementos da natureza.
Como bom caçador, é solitário e individualista.
Mas não dispensa o contato com pessoas no convívio social. E nunca vive sem um grande aMor.
Odé foi descoberto por Ogun.
A mãe de Odé chama-se Iyá Odé Apáòka.
Seu culto é mais conservAdo nas nações de Batuque no Sul do país.

 

Mitologia

Odé é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da faRtura e da riqueza. Atualmente, o culto a Odé Oxóssi está praticamente esquecido na África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu.
Isso por ter a cidade de Kêtu, da qual era rei, destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos consagrados a  Odé Oxóssi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse fato possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como importAnte nação religiosa do Candomblé.
A Odé Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois na África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes.
É chamado de Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes.
Odé Oxóssi é o orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo.
Mais do que isso, Odé Oxóssi representa o domínio da cultura sobre a natureza.
Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Odé Oxóssi, pois, Komo revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra.
Na África, os caçadores que geralmente são os únicos na aldeia que possuem as armas, têm a função de salvar a tribo, são chamados de Oxô, que significa guardião.
Odé também foi um Òsó, mas foi um guardião especial, pois salvou seu povo do terrível pássaro das Iyá-Mi.
Outras histórias relAcionadas com Odé Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum.
Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução.
Além de irmão, Odé Oxóssi é grande amigo de Ogum - dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidas, são ainda mais imbatíveis.
Odé Oxóssi mantém estreita ligação com Ossaim, com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta, tornou-se um grande feiticeiro, mas teve que se sujeitar aos encantamentos de Ossaim.
A história mostra Odé como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo os mais antigos, é Apaoká a Jaqueira, que vem a ser uma das Iyá-Mi, por isso a intimidade de  Odé Oxóssi com essa árvore.
A rebeldia de Odé Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Odé Oxóssi se tornou orixá.
Tal como Xangô, Odé Oxóssi é um orixá avesso à morte, porque é expressão da vida.
A Odé Oxóssi não importa o quAnto se viva, desde que se viva intensamente.
O frio de Ikú, a morte não passa perto de Odé Oxóssi, pois ele não acredita na morte.
Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Odé não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Odé se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na uMbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.
Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Odé Oxóssi era caçador, como outros.
Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia.
"o caçAdor de uma flecha só".